sexta-feira, 24 de setembro de 2010

FAMOSOS ESCRITORES BRASILEIROS VACILAM NO PORTUGUÊS

Alguns modernistas brasileiros, tendo à frente o poeta Mário de Andrade, defendiam que uma frase poderia ser iniciada por um pronome átono, ao contrário do que dizia - e ainda diz - a regra gramatical pertinente ao caso.

Eles defendiam, portanto, que frases do tipo "O vi hoje", são corretas. Ou ainda: "As conheci há pouco".

A reação não demorou a chegar, o que fez os modernistas recuarem, com exceção de Mário de Andrade, que mesmo diante das ponderações de Manuel Bandeira, preferiu continuar no erro.

O escritor Guimarães Rosa também pisou na bola. A palavra estória, comumente aceita como sendo um relato de fatos não comprovados ou fictícios, fora designada para tal fim no início do século XX por um acadêmico brasileiro, mas sem respaldo etimológico.

Etimologistas dizem, no entanto, que tal neologismo é uma frescura estilística, uma vez que, no Português, não há razão linguística para adotá-lo, mesmo quando se queira diferenciá-lo de história.

Envolto pela tradição folclorística do termo, o conhecido escritor Guimarães Rosa acabou publicando, em 1962, um livro com o título Primeiras Estórias.

Portanto, segundo recomendação etimológica, não se deve usar o termo estória, mesmo em se tratando de evento fictício.

Era comum, desde o século XIX, mentes brasileiras das mais diversas áreas do conhecimento guardarem um amor especial pela língua portuguesa, tanto que muitos, não somente da Literatura, mas do Direito, Filosofia, História e até da Medicina, dedicaram boa parte de seu tempo com o estudo da nossa língua. E faziam questão de demonstrar o que haviam aprendido.

Tal fenômeno se deveu, provavelmente, à imediata associação do profundo conhecimento da língua portuguesa à erudição, objeto de desejo de muitos homens e mulheres das mais diversas áreas.

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