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No Século das Luzes (XVIII), o erotismo estava em alta na produção literária europeia, principalmente na França. Um século antes (XVII), começaram a circular as primeiras revistas especializadas na produção de imagens (desenhos) e de contos eróticos, cujo projeto inicial tinha por objetivo criticar o Estado e principalmente os princípios morais religiosos.
No começo, algumas obras eram publicadas sem autoria, decerto por temor à eventual retaliação. Uma das primeiras obras - talvez a fundadora do estilo - foi publicada em 1655. Chamava-se A Escola das Meninas, em cuja matéria uma jovem, virgem e inocente, fora instruída na arte do sexo e do amor. Sua instrutora teria sido sua prima mais velha.
Outra, criticando diretamente a Igreja, narrava o diálogo entre duas freiras, uma de 19 e outra de 16 anos. As duas trocavam beijos e carícias, as quais eram excitadas por um abade e um monge, que teriam sido convidados pelas duas.
A partir da metade do século XVIII, a literatura pornográfica ganhou novos ares. Serviu de veículo para a divulgação da filosofia materialista. O famoso enciclopedista Diderot chegou a publicar uma revista na qual tratava de questões filosóficas em meio a cenas de sexo explícito.
Depois passou a misturar erotismo com política, e as revistas eram utilizadas para a crítica direta a políticos indesejados por seus idealizadores, sendo rainha Maria Antonieta alvo de uma delas. Em uma das cenas, a monarca era retratada em seu quarto abrindo a porta para um de seus amantes: um padre. O autor atingia, na mesma cena, a rainha e a Igreja.
Às portas do século XIX, a pornografia tomava novo impulso, e foi ao extremo ao publicar cenas eróticas associadas à tortura e ao estupro. Houve retaliação em massa, começando pelo grande público.
O Estado passou a intervir mais diretamente na fiscalização, e a literatura produzida a partir do novo século (19) teve como público-alvo um grupo mais seleto, uma vez que a pornografia passou a ser um assunto privado, diferentemente dos dois séculos anteriores, quando era comum a contemplação e os debates nos quatro cantos das ruas.
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