Rui Barbosa (1849 - 1923), conhecido jurista brasileiro com respeitada atuação nacional e internacional - e profundo estudioso da língua portuguesa -, não era um homem somente do Direito e do Português. Seu conhecimento era amplo e abordava outras disciplinas - bem no estilo de vários renascentista -, de sorte que ele, Rui Barbosa, se tornou um homem admirado, inclusive, por seus discursos e por suas ideias sobre a educação do país.
Ele estava convencido de que a educação era algo imprescindível para o país, cujo mérito por excelência dizia respeito à capacitação do indivíduo para servir à sociedade de modo proveitoso. Ele não poupou críticas acerca da qualidade do ensino reservado aos pobres, pois, segundo Rui, somente uma elite dispunha de um nível melhor (como se vê, a crítica é antiga e remonta às origens da implantação do ensino oficial pelo Estado brasileiro).
Para Rui Barbosa, o país deveria acrescentar a disciplina Desenho no rol daquelas adotadas oficialmente, visto que, de acordo com o jurista, a nova disciplina ajudaria o aluno a desenvolver outras habilidades.
Em 1879, criticou a reforma do ensino feita no país por D. Pedro II (embora pela primeira vez ela tenha permitido que escravos pudessem frequentar as salas de aula - algo que na prática não aconteceu), pois, no entendimento de Rui Barbosa, ela não ampliou satisfatoriamente o número de disciplinas do ensino primário e secundário (este último criado em meados do mesmo século).
Na prática, as poucas escolas continuavam ensinando o aluno a ler, a escrever e a fazer as quatro operações matemáticas, contrariando as determinações de uma lei de 1827 (então em vigor), que previa, também, o ensino de proporção e geometria na disciplina de matemática.
Segundo Rui Barbosa, a prática do desenho é anterior à escrita. Aquela levou a esta, um retrato do processo evolutivo da própria humanidade. O desenho demonstra a espontaneidade, o instinto intuitivo, enfim, a liberdade de expressão do ser humano, entendia o jurista, tanto que planejou a construção da Escola Normal Nacional de Arte Aplicada, no Rio de Janeiro, cujo objetivo principal seria formar professores para o ensino da nova disciplina.
Em 1882, numa conferência realizada no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, ele proferiu o seguinte discurso:
"Que agente é esse, capaz de operar no mundo, sem a perda de uma gota de sangue, essas transformações incalculáveis, prosperar ou empobrecer Estados, vestir ou despir aos povos o manto da opulência comercial? O Desenho, senhores, unicamente, essa modesta e amável disciplina, pacificadora, comunicativa afetuosa entre todas: o desenho professado às crianças e aos adultos, desde jardim de infância até a universidade, como base obrigatória na educação de todas as camadas sociais."
Rui Barbosa escreveu vários artigos sobre o tema, muitos lidos inclusive pelo próprio D. Pedro II, que, efetivamente, optou por menosprezar as ideias do jurista brasileiro.
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“Porque não vos fizemos saber o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: 'Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo'. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo" (Apóstolo Pedro).
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sexta-feira, 13 de maio de 2011
RUI BARBOSA E SUA LUTA PELA IMPLANTAÇÃO DA DISCIPLINA DESENHO NA EDUCAÇÃO DO BRASIL
Sou evangélico, membro da Assembleia de Deus (Ministério Templo Central). Licenciado em História e Graduando em Direito. Autor dos livros "Manual de português para o dia a dia forense" (2011) e "A origem de Senador Pompeu e as nossas genealogias" (2019). Autor e editor deste blog e também do blog portuguesdidatico.
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