No antigo Império Romano, era comum a prática de se abandonar crianças recém-nascidas. Dos motivos que justificavam tal prática, alguns estavam associados ao adultério e a manifestações político-religiosas.
Assim, se o pai suspeitasse que o filho não era seu, poderia abandonar a criança em um espaço público. Foi o que aconteceu com uma filha de uma princesa, deixada na porta de um palácio imperial, totalmente nua.
Com relação às manifestações político-religiosas, alguns casos curiosos de abandono de crianças ocorreram durante o Império Romano, no ano 19 d.C. No citado ano faleceu Germânico, pai de Calígula e avô de Nero. Como era um homem reconhecidamente amado pelos romanos, logo que se espalhou a notícia de sua morte, alguns pais deliberadamente rejeitaram suas crianças e as abandonaram em sinal de protesto.
Do mesmo modo, quando Nero assassinou Agripina, sua mãe, um desconhecido abandonou seu filho recém-nascido no Fórum da cidade, juntamente com um cartaz que dizia: "Não te crio com medo de que mates tua mãe".
Outro dado interessante pode ter relação com a matança de crianças descrita na Bíblia, cuja informação pode ser autêntica e não mera lenda. Há informações de que correram boatos na plebe romana dando conta de que nasceria um rei, e, alertado por adivinhos, o Senado havia ordenado que o povo abandonasse todos os filhos nascidos naquele mesmo ano.
Havia casos em que a esposa conseguia dissimular o abandono do filho. Às escondidas do marido, ela confiava o filho a vizinhos ou subordinados, que o criava, muitas vezes com a ajuda financeira da própria mãe e, uma vez adulto, o filho se tornava escravo e em seguida liberto, de modo que se garantia a proximidade e o vínculo maternal.
Há casos, ainda, de pais que abandonavam seus filhos porque simplesmente alegavam não ter condições financeiras de mantê-los, assim como ocorre nos dias atuais.
O destino dos filhos abandonados não lhes reservava grandes sortes, não! Eram praticamente excluídos da sociedade, a menos que uma família tradicional fizesse a adoção, em cuja oportunidade a criança receberia o sobrenome do pai, e passava a desfrutar de muitos privilégios em decorrência da referida adoção.
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“Porque não vos fizemos saber o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: 'Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo'. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo" (Apóstolo Pedro).
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segunda-feira, 7 de março de 2011
A PRÁTICA DE SE ABANDONAR CRIANÇAS NO VELHO MUNDO E SUA RELAÇÃO COM A MATANÇA DE CRIANÇAS DESCRITA NA BÍBLIA
Sou evangélico, membro da Assembleia de Deus (Ministério Templo Central). Licenciado em História e Graduando em Direito. Autor dos livros "Manual de português para o dia a dia forense" (2011) e "A origem de Senador Pompeu e as nossas genealogias" (2019). Autor e editor deste blog e também do blog portuguesdidatico.
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Poderia, por gentileza, referenciar as informações aqui citadas? Tais eventos estariam mais legitimados. Iria aproveitar essa citação mas, infelizmente, não vai ser possível.
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