quarta-feira, 19 de maio de 2010

O TERREMOTO QUE DEU O QUE FALAR: IGREJA ACUSA PECADO DO POVO COMO CAUSA E DOIS RENOMADOS FILÓSOFOS TROCAM INSULTOS ENTRE SI

A culpa foi do terremoto ocorrido em novembro de 1755, mais precisamente no Dia de Todos os Santos. . . logo nesse dia.

Tal desastre é elencado como um dos maiores já ocorridos em Lisboa e deu o que falar na época.

A estimativa de mortos varia de 15.000 a 30.000 mortos. 85% das casas desabaram. 35 das 40 igrejas de Lisboa foram ao chão e 54 dos 66 conventos desmoronaram.

Naquela manhã as igrejas estavam lotadas, o que aumentou o número das vítimas. Depois do ocorrido, o clero francês se pronunciou oficialmente: a culpa é do povo de Lisboa, porque eles estavam cheios de pecado.

Ou seja, as igrejas caíram por causa do pecado dos fiéis.

Indignado com a resposta dada pelo clero francês, o famoso iluminista Voltaire compôs um dos seus mais célebres poemas, através do qual expressava um velho dilema: ou Deus pode evitar o mal e não quer, ou deseja evitá-lo e não consegue.

O poema se espalhou e chegou ao conhecimento de outro conhecido filósofo: Rousseau, que rebateu as críticas de Voltaire em uma nota pública, na qual fazia constar que o próprio homem (e não seus pecados) devia ser culpado pelo grande número de mortos, porque, segundo ele, se os homens vivessem nos campos, a céu aberto, o desastre teria sido bem menor, exemplificou.

Tal atitude de Rousseau levou Voltaire a chamá-lo de "o escárnio de Voltaire".

Pois é, pouca gente sabe, mas os dois grandes iluministas andaram se desentendendo por causa de um terremoto.

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