Até os imortais têm defeitos. Já vimos em outro momento que o conhecidíssimo Voltaire era brigão, marrento, um pouco trapaceiro, e ainda chegou a mentir para entrar na Academia Francesa (ocupou a cadeira 33, em 1746).
Desta vez vamos falar de um outro imortal, amigo não somente de Voltaire, como também de outros nomes famosos da elite intelectual francesa, como Diderot.
Próximo da metade do século XVIII uma comitiva francesa se dirigiu à região amazônica a fim de proceder a várias pesquisas, dentre as quais verificar a circunferência da Terra, daí porque optaram pela exploração da linha do Equador.
Dos acadêmicos franceses, um se dedicou especificamente à pesquina natural, bem como aproveitou para estudar os índios amazônicos.
E elite intelectual europeia - principalmente a francesa - achou que a expedição à América do Sul iria desvendar lendas e mitos que recheavam o imaginário dos viajantes. Naquele tempo a Europa estava infestada de relatos fantasiosos que partiam do Brasil e dos demais países das Américas.
Mas Charles-Marie de La Condamine (que ocupou em 1760 a cadeira de nº 23 da Academia) não superou as expectativas europeias. Quando chegou a Paris, o acadêmico deu uma palestra para um público elitizado e sedento por ouvi-lo; mas o imortal entreteve o público com conversas que só aumentaram as crendices em voga naquele momento.
Perguntado sobre a cidade do El Dorado e sobre as famosas guerreiras Amazonas, La Condamine deu a entender que ambas eram reais. Tomou como base relatos indígenas, os quais, como muitos da época, também criam em lendas e mitos.
O imortal francês também agiu de má fé: apoderou-se de pesquisas feitas antes dele, as quais foram apresentadas como sendo de sua autoria. Uma destas pesquisas (feitas por um jesuíta suíço) ficou em poder do francês para que ele a publicasse posteriormente, cuja missão ele não cumpriu.
E o pior: o acadêmico passou uma péssima impressão dos índios brasileiros. Afirmou que os nativos eram mentirosos, crédulos, inimigos do trabalho, bem como incapazes de reflexão.
Finalizou dizendo que os índios levam a vida sem pensar, pois eram como crianças a vida inteira, de cuja idade nunca se apartavam, mesmo quando adultos e velhos.
Bastaram dois séculos para o antropólogo - coincidentemente um acadêmico francês - desmentir a tese de La Condamine sobre os índios e sua cultura. Estamos falando de Claude Lévi-Strauss, que ocupou a cadeira 29, em 1973.
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“Porque não vos fizemos saber o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: 'Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo'. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo" (Apóstolo Pedro).
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segunda-feira, 19 de julho de 2010
IMORTAL DA ACADEMIA FRANCESA VISITA AMAZÔNIA E DECEPCIONA PÚBLICO EUROPEU AO SUSTENTAR MITOS E LENDAS DO BRASIL
Sou evangélico, membro da Assembleia de Deus (Ministério Templo Central). Licenciado em História e Graduando em Direito. Autor dos livros "Manual de português para o dia a dia forense" (2011) e "A origem de Senador Pompeu e as nossas genealogias" (2019). Autor e editor deste blog e também do blog portuguesdidatico.
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