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INTRODUÇÃO
Karl Marx (1818-1883) é conhecido
por seu ateísmo de inclinação anticristã e por sua ideologia anticapitalista. O
que não é tão familiarizado é o seu lado espiritual e seu afã por fortunas
financeiras. O presente artigo mostrará, a partir de duas obras literárias (uma
brasileira e outra norte-americana), os bastidores da vida desse homem que,
graças às redes sociais, tem sido recentemente alvo de debates em todo o país.
O BERÇO RELIGIOSO DE KARL MARX
Nasceu num lar com tradição judia
(de ambos os lados), havendo inclusive o registro de rabinos entre seus
ancestrais. Seu pai se converteu ao protestantismo em 1816 ou 1817, por mera conveniência
profissional: precisava continuar advogando depois da proibição de judeus em
tribunais alemães. Segundo Josh McDowell, Marx cresceu num ambiente de
reconhecida tolerância religiosa. Enviado para estudar numa escola religiosa,
não firmou nenhum compromisso com a religião, pois seus pais, embora judeus e
depois protestantes, aparentemente não nutriam o zelo pelo protestantismo,
tampouco pelo judaísmo. Aos 19 anos de idade, Marx sofreu um colapso nervoso.
Perdeu o pai no ano seguinte e uma década depois já era um comunista militante.
A POBREZA BATE ÀS PORTAS
Casou-se em 1843, resultando sete
filhos desse matrimônio. O oitavo filho era bastardo, fruto de um
relacionamento com a empregada doméstica, porém nunca o reconheceu
oficialmente. A solução foi emprestar a paternidade a seu amigo Engels, que
aceitou a encomenda do companheiro de luta.
Os dias de glória financeira ao
lado dos pais se foram durante sua vida de casado, especialmente quando passou
a residir em Londres com a família. O casal perdeu três filhos por agravamento
das condições de moradia, má alimentação e atendimento médico inadequado.
Por diversas vezes Marx teve que
se dirigir aos amigos a fim de pedir dinheiro emprestado para pagar as dívidas.
Chegou a declarar: “Você sabe que sacrifiquei toda a minha fortuna à luta
revolucionária. Eu não lamento isso. Bem ao contrário. Se tivesse que recomeçar
minha vida novamente, eu faria o mesmo. Porém, não me casaria”.
O ardente desejo pela produção literária
minou de Marx o empenho pelo trabalho braçal, o que fatalmente cooperou com sua
extrema pobreza financeira. Em 1853, quando o alemão viveu o auge da miséria,
era frequentemente visto com uma só roupa por muitos dias seguidos. Comumente
perambulava pelas ruas, embebedando-se com facilidade.
O AMOR DE MARX PELO CAPITAL
Embora Marx lutasse com todo o
seu vigor intelectual contra o imperialismo capitalista, ele não deixou de
cobiçar uma boa dose de dinheiro fácil. Enquanto um tio de sua esposa agonizava,
escreveu a Engels, seu parceiro de luta: “Se
o cão morrer, estarei fora de complicações”. Referia-se ao ancião pela alcunha
de “cão”, e o “fora de complicações” seria a possibilidade de ficar rico
caso pudesse colocar as mãos na fortuna. Engels, o destinatário da referida
carta, respondeu a Marx: “Congratulo-me
pela doença do estorvador de uma herança, e espero que a catástrofe aconteça
logo”. Foi nesses termos que os dois mais famosos comunistas se reportaram
à oportunidade de o mais famoso deles ficar rico. Na quinta-feira, 8 de março
de 1855, enfim Marx desabafa: “Um acontecimento muito feliz. Ontem soubemos da
morte do tio de minha esposa, de 90 anos de idade. Minha esposa receberá cerca
de 100 libras; até mais, se o velho cão não deixou parte do dinheiro à mulher
que administrava sua casa”.
O mais surpreendente, no entanto,
foi o modo como Marx se reportou à
herança que receberia de sua própria mãe, em 1863: “Duas horas atrás chegou
um telegrama dizendo que minha mãe está morta. O destino precisava levar um
membro da família. Eu já estava com o pé no túmulo. Neste caso, sou mais
necessário do que a velha senhora. Tenho que ir a Trier por causa da herança”.
Foi assim a relação que Marx fez
entre a morte da própria mãe (e a de um tio da esposa) com a possibilidade de
se deleitar com as heranças decorrentes das respectivas mortes. Marx se achava
com as relações cortadas com a sua mãe, quando esta morreu. Mesmo assim, nenhum
aparente sentimento brotou de seu coração, senão o desejo de herdar as posses
da mãe. O desejo pelo capital falou mais alto.
O LADO ESPIRITUAL DO ATEU KARL MARX
“Sou ateu, graças a Deus”.
Obviamente essa não é uma frase de Marx, porém ela pode ser empregada para
explicar a relação entre o comunista citado e sua crença no espiritual. Vamos
aos detalhes.
Marx se reportou a Deus não como
crente, mas com um forte desejo de vingança. “Desejo me vingar daquele que
governa lá em cima”, é o que escreveu num poema de sua autoria, chamado Invocação de alguém em desespero. Foi
mais além. Sobre o Deus cristão, escreveu de forma mais contundente ainda:
“Assim um deus tirou de mim tudo. Na maldição e suplício do destino. Todos os
seus mundos foram-se, sem retorno! Nada me restou a não ser a vingança! Meu
desejo é me construir um trono. Seu topo será frio e gigantesco. Sua fortaleza
seria o medo sobre-humano. E a negra dor seria seu general”.
Em Marx & Satã, obra literária de Richard Wurmbrand (1909-2001), o
pesquisador minucioso da biografia do pai do comunismo declara que havia uma
estreita relação entre Marx e o satanismo. Numa peça teatral de autoria deste
(ou seja, de Marx), chamado Oulanem,
o famoso comunista se utilizou propositadamente de um anagrama para o nome
bíblico Emanuel, que significa “Deus conosco”. De acordo com o dicionário
prático satanista, esses anagramas são bastante utilizados em rituais de magia
negra. No poema O Violinista, também
de Marx, este escreveu: “Vapores infernais elevam-se e enchem o cérebro, até
que eu enlouqueça e meu coração seja totalmente mudado. Vê esta espada? O
príncipe das trevas vendeu-a para mim”.
Comentando o trecho
do último poema citado, Richard Wurmbrand afirma: “Estas linhas ganham significado quando se sabe
que nos rituais de iniciação superior dos cultos satânicos é vendida ao
candidato uma espada encantada que assegura o sucesso. Ele paga por ela,
assinando, com sangue tirado dos pulsos, um pacto segundo o qual sua alma
pertencerá a Satanás após a morte”.
POUCO ANTES DE MORRER, KARL MARX É FLAGRADO
ORANDO COM VELAS ACESAS
Marx foi um forte candidato a ter
depressão, o que efetivamente ocorreu depois da morte de sua esposa, em 1881.
Perdeu três filhos por desnutrição e por falta de higiene. Duas outras filhas suicidaram-se,
cujo destino também fora seguido por um genro. O suicídio de sua filha Laura e
de seu genro, o socialista Laforgue, se deu depois que o casal perdeu três de
seus filhos (netos de Marx). Tudo concorria para a crença de que a vida de Marx
estava emaranhada num poço de maldição.
Pouco antes de morrer, já em profunda depressão, foi flagrado em
seu quarto, orando “diante de uma
fileira de velas acesas, atando a fronte com uma espécie de fita métrica”,
segundo Wurmbrand, que postulava pela crença de que Marx estava praticando
algum ritual ligado ao satanismo. Independentemente da confirmação dessa
afirmação, o certo é que o ateu Karl Marx dava sinais claros que contradizem o
comportamento de um ateu convicto. Indiscutivelmente ele experimentou o mesmo
vazio do filósofo Voltaire, que, no leito de sua morte, não somente recorreu à
presença de padres católicos, como também expressou em palavras e gestos a dor
de morrer com o vazio existencial (espiritual) a que tanto se reportam aqueles
que já declararam passar por essa experiência.
Até hoje, a literatura mundial
parece negligenciar os últimos dolorosos minutos de vida de Voltaire, Marx e
Aristóteles. Há quem afirme que Darwin, que não era ateu, tenha passado por
experiência semelhante. Mas essa é outra história.
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TEXTO: Robério Fernandes, autor do blog.
FONTES DE CONSULTA: A
Cristofobia no Século XXI, de Daniel Chagas Torres, e Evidências da Fé Cristã, de Josh McDowell.
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